"É preciso tirar o Estado do cangote dos empresários", afirma Carlos da Costa, da SEPEC
Para secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, do Ministério da Economia, é preciso impulsionar o setor privado
Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, em Almoço-Debate LIDE
Um Brasil mais competitivo e produtivo, a qualificação das pessoas e a impulsão do setor privado pautaram a sétima edição do Almoço-Debate LIDE de 2019. Comandado pelo chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan, o encontro promovido pelo LIDE Grupo de Líderes Empresariais e ocorrido nesta segunda-feira, 11 de novembro, no Hotel Grand Hyatt, na capital paulista, teve como expositor Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competividade (SEPEC), do Ministério da Economia.
“Um dos principais objetivos do LIDE é o diálogo propositivo. Temos uma equipe técnica e competente, que tem norte, e que gradualmente está apresentando as propostas para transformar o Brasil. É por isso que convidamos Carlos da Costa, um dos líderes das mudanças pelas quais o País atravessa, em benefício de toda a população”, ressaltou Furlan. “O Brasil precisa aumentar a produção e ser mais competitivo, qualificar ainda mais os brasileiros e impulsionar o setor privado, principalmente as pequenas empresas, atualmente principal responsável pela geração de empregos no País. E para isso, é preciso mais liberdade, mercados e modernização”, argumentou Costa. Para ele, é também necessário “tirar o Estado do cangote dos empresários”.
Segundo Costa, o Brasil vive décadas de estagnação. Em relação aos EUA, exemplifica o secretário, a produtividade vem caindo desde 1980 e, atualmente, é cerca de 25% da norte-americana. “Para incrementar a produção e melhorar a empregabilidade, é necessário que se peça menos ao Governo, não mais, e onde houver Governo, que ele seja mais focado e mais eficiente”, defendeu. “Também é fundamental que o País melhore o seu ambiente de negócios, pois estamos atrás de nossos pares nos rankings globais que mensuram a facilitação de negócios”, complementou, enfatizando que uma das metas da SEPEC é, justamente, trazer o Brasil da 124ª para 50ª posição no índice de negócios do Banco Mundial.
Uma outra iniciativa da SEPEC é incrementar a economia amazônica, com políticas em prol do turismo e pesca, por exemplo. “Quem define o que é feito na Amazônia é o Brasil”, ressaltou mencionando a importância da chamada Economia Verde. “Também queremos qualificar os jovens, pois é também pela qualificação que vamos gerar empregos e aumentar a produtividade”, disse.
Outro tema abordado por Costa foi a competitividade, segundo ele com concorrência natural entre empresas, não ditadas pelo Governo, mas pelo próprio mercado, eliminando as barreiras que impedem a real competição, além de estimular o financiamento privado. “Não podemos mais ter empresas estatais que pagam para executivos mais de R$ 1 milhão de reais por ano, enquanto há bebês que morrem por falta de saneamento básico”, destacou o secretário.
De acordo com Costa, as microempresas brasileiras têm somente 10% da produtividade das grandes empresas do País. “Temos de inserir as microempresas na cadeia de produção e qualificar o seu papel nela. Por isso, estamos implementando no âmbito do Simplifica uma redução do Custo Brasil. Queremos ser um exemplo no mundo, de um País que sofreu e deu a volta por cima, em um processo continuado de melhorias”, finalizou Costa.
Pesquisa – Durante o evento, empresários e lideranças responderam a 142ª edição do Índice LIDE-FGV de Clima Empresarial. O índice, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o LIDE, é uma nota de 0 a 10, resultante de três componentes com o mesmo peso: governo, negócios e empregos. O índice de 6,8 desta edição do levantamento é o maior desde 2010, demonstrando o otimismo dos participantes com as reformas em curso e os sinais positivos de uma retomada da economia.
Ante à pesquisa de outubro, a preocupação com o cenário político teve uma acentuada elevação de 72% para 87%, seguido da crise internacional (10%) e câmbio (3%). Para 53% dos entrevistados, o mesmo cenário político é o principal fator que impede o crescimento das empresas, vindo a carga tributária atrás com 32%. Porém, há um incremento no otimismo com a situação atual dos negócios: para 56% está melhor, superior à pesquisa anterior (51%); 41% acham que está igual, contra 39%; e 3% avaliam que a situação está pior, contra 10% no mês passado.
Inquiridos sobre qual área o Brasil precisa melhorar, infraestrutura e educação registraram 29% e 28%, respectivamente, seguidas por política (30%), saúde (7%) e segurança (6%). Finalmente, 39% acreditam que o Brasil deverá ter um crescimento do PIB de até 2% em 2020; para 30%, será 1% de elevação; 17% apontam em 3% de evolução; 4%, um incremento de 3% – a média geral, de acordo com os participantes da pesquisa, é de 2%.
Milton Rizzato - CDN Comunicação Corporativa