Em Almoço-Debate LIDE, Levy defende reforma da Previdência para país retomar crescimento
Para presidente do BNDES, aprovação da PEC em discussão pela Câmara dos Deputados vai criar ambiente e respaldo de segurança para que investidores privados façam seus aportes
Joaquim Levy, presidente do BNDES, em Almoço-Debate LIDE
No segundo Almoço-Debate LIDE do ano, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, falou a cerca de 400 CEOs, presidentes, lideranças corporativas e autoridades públicas sobre os investimentos necessários para o desenvolvimento do país. Promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais e comandado por seu chairman, Luiz Fernando Furlan, o encontro ocorreu nesta segunda-feira, 15 de abril, no Hotel Grand Hyatt, na capital paulista.
“A direção do governo é dar maior protagonismo ao setor privado, mas há certos segmentos que requerem uma coordenação, como o da infraestrutura. Os leilões de aeroportos e portos resultaram em concessões a empresas estrangeiras que conhecem bem o Brasil, trazendo investimentos que impactarão no turismo, entre outros beneficiados. O que precisamos agora são novos ativos, criando oportunidades em gás natural, por exemplo, abrindo esse mercado, inclusive servindo como alternativa de combustível para caminhões que trabalham com rotas mais curtas”, disse Levy.
Segundo o presidente do BNDES, o banco de desenvolvimento quer fortalecer as linhas de crédito para pequenas e médias empresas, sem substituir os bancos comerciais e cooperativos que já concedem este tipo de financiamento. “As cooperativas de crédito têm hoje um papel crescente nos recursos repassados pelo BNDES”, enfatizou, como no caso do Pronaf. Outra área de incentivos são as startups. Segundo Levy, o BNDES também está implementando medidas que visam fomentar projetos de inovações tecnológicas, criando uma plataforma que ligue incubadoras a desenvolvedores, permitindo que seus negócios deslanchem.
Levy ressaltou ainda a importância da aprovação da reforma da Previdência para alavancar a economia brasileira, criando um ambiente e respaldo de segurança para que os investidores privados posam fazer seus aportes. “Temos muita chance de voltar a ter um grau de investimento mais elevado com a aprovação da reforma”, afirmou o ex-ministro da Fazenda e ex-secretário do Tesouro Nacional, citando este fato como mais um efeito positivo do Projeto de Emenda Constitucional em discussão na Câmara dos Deputados.
Pesquisa – Durante o evento, os presentes responderam a 137ª edição do Índice LIDE-FGV de Clima Empresarial. O índice, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o LIDE, é uma nota de 0 a 10, resultante de três componentes com o mesmo peso: governo, negócios e empregos.
Em relação ao levantamento anterior, feito em março deste ano, a preocupação com o atual cenário político continua em destaque com o empresariado, com 88%. O câmbio, a inflação e a crise internacional também são temas preocupantes para 6%, 4% e 1% dos empresários, respectivamente. Sobre o otimismo na situação atual dos negócios, 57% acreditam estar melhor, contra 53% na última pesquisa; 46% acham que está igual, contra 42%; e 8% avaliam que a situação está pior, contra 5% em março.
Perguntados sobre qual a área que o Brasil precisa melhorar, a educação foi apontada por 34% dos empresários, seguida por infraestrutura (25%), política (28%), segurança (8%) e saúde (5%). Sobre o índice de empregos atuais (diretos e indiretos), 41% do empresariado acredita que o país vai empregar mais, uma redução de 12% frente aos 53% da última pesquisa; 53% acham que o Brasil vai manter a taxa atual, contra 42% no último estudo; e 6% avaliam que haverá demissões, contra 5% em março deste ano.
Victor Rabelo / CDN Comunicação Corporativa